O Caçador de Pipas

"Esta é uma daquelas histórias inesquecíveis, que permanecem na nossa memória por anos a fio. Todos os grandes temas da literatura e da vida são o material com que é tecido este romance extraordinário: amor, honra, culpa, medo, redenção." Izabel Allende
Ontem acabei de ler esse livro. Concordo com tudo que está escrito acima. Há tempos um livro não mexia tanto comigo. Trata de muitos temas pertinentes a vida de todas as pessoas. Me fez ter vontade de escrever novamente. Escrever sobre os sentimentos mundanos, humanos. E questioná-los, claro. Refletir sobre eles (razão e emoção sempre). Esse livro me reafirmou o quanto eu detesto injustiça (mesmo na ficção, porque sei que no mundo real não é tão diferente). Me mostrou que estou certa ao achar que no mundo falta mais amor, mais lealdade, mais nobreza de valores e sentimentos. E como é difícil manter esses ideais no nosso mundo tão deturpado, distorcido. "Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente uma variação do roubo." "...Quando você mata um homem, está roubando uma vida, está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça". Como vivemos num mundo cheio de ladrões! Quantos sonhos, quantas verdades, quantas vidas são roubadas. E o que mais me impressiona é a falta de percepção das pessoas a respeito desses fatos, não sei se por cegueira legítima ou por acomodação. "Desde que o mundo é mundo as coisas são assim" alguns podem pensar. Se não houver o mínimo sentimento de inquietação, o mínimo questionamento, a mínima culpa por omissão, nada de fato mudará. "Um homem que não tem consciência, que não tem bondade, não sofre". "A verdadeira redenção é isso: é a culpa levar a pessoa a fazer o bem." Se o bem e a grandeza de alma não forem inatas, que sejam pelo menos adquiridas ao longo de nossa vivência. Nós seres humanos temos que nos redimir de nossas fraquezas e mediocridades. Como podemos ver tantas guerras, injustiças e dores sem fazer nada? Poucos são protagonistas de suas vidas de maneira altruísta, generosa, por uma razão maior. O dom de viver em si é algo muito maior. A vida divide-se no que se faz e no que se deixa de fazer. Algumas coisas não podem ser mudadas, é fato. A sabedoria pode vir dos piores momentos. "O que não nos mata, nos fortalece". Nietzsche também dizia que "quem tem um porquê, enfreta qualquer como". E mais, "torna-te quem tu és". Eu ainda não sou tudo o que penso ou gostaria de ser, ainda me descubro todos os dias, nos meus altos e baixos. Mas algo eu tenho certeza: quero fazer uso desse bichinho de inquietação e perplexidade que existe em mim e que não me deixaria, nem que eu quisesse, me tornar apática. Espero poder dizer às minhas razões e emoções:"Por vocês, faria isso mil vezes!"

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